Do terraço de casa pra Xerém: conheça a trajetória de Léo Signorelli, treinador de goleiros do sub-17 do Fluminense
Psicólogos afirmam que existe uma grande tendência para que os pais se tornem os primeiros ídolos dos filhos, ainda na primeira infância. Essa teoria se confirmou com o jovem Léo Signorelli e o pai, Victor Hugo. Tamanha idolatria gerou frutos positivos ao futebol brasileiro. O filho, hoje, segue a passos largos o caminho de sucesso do pai e o DaBase.com.br conta essa história com exclusividade a partir de agora.
FIEL ESCUDEIRO
Natural do Rio de Janeiro, o jovem Leonardo Barros Signorelli – ou simplesmente Léo – vivia uma rotina que muitos jovens brasileiros desejam ter: viver o dia a dia de um grande clube de futebol profissional.
Victor Hugo Signorelli, então treinador de goleiros do Botafogo (hoje é auxiliar de Renato Gaúcho, no Grêmio), tinha no menino Léo um fiel escudeiro. Sempre que possível, lá estava o parceirão do pai nos treinamentos.
“Quando comecei a entender o que era o futebol, eu e meu irmão acompanhávamos meu pai nos treinamentos, que na época era no Botafogo, em Caio Martins. Nas brincadeiras, eu sempre ia para o gol e meu irmão ficava chutando a bola para eu defender. Fui criando o gosto pelo esporte e, mais especificamente, pela posição de goleiro”, relata Léo, que tinha 12 anos à época.
Os primeiros passos como um goleiro, de fato, vieram de uma maneira inusitada. Em vez da natural influência do pai para convencê-lo a seguir os passos, surgiu para Léo um convite de um clube rival.
“Fui assistir a um curso que meu pai dava sobre treinamento de goleiros e lá estava um treinador de goleiros do Fluminense, que na época era da categoria mirim. Ele me perguntou se eu queria fazer um teste no Fluminense, como goleiro. Eu, prontamente, aceitei. Meu pai ficou surpreso e me disse que se eu quisesse mesmo, ele me ensinaria as técnicas de goleiro, antes de iniciar meu teste”, explicou.
Foi então que começaram os treinos no terraço de casa e, como era de se esperar, com um pai especialista, Léo foi aprovado e seguiu carreira no Tricolor carioca. No entanto, com o passar do tempo, Léo sentia que existia em si um carinho especial pela função do pai.
Ele fez a base no Fluminense e, após sair de Xerém, passou por clubes cariocas como Portuguesa, Estácio de Sá, São Cristóvão, Resende e Rio de Janeiro até se aventurar no futebol português, já com 23 anos. Por lá, atuou pelo modesto Elvas, por um ano.
Só que desde os 18 anos, já de olho na função de treinador de goleiros, mas também tentando a sorte como atleta, Léo já estudava educação física. Antes mesmo da ida para Portugal, ele já tinha estagiado no Fluminense.
“O que era para ser um estágio de seis meses para faculdade, se tornou uma paixão e fiquei por três anos da minha vida. Treinando pela manhã, indo para o estágio pela tarde e faculdade à noite. Até o momento em que recebi um convite para jogar em Portugal e tive que sair do estágio”, detalhou.
O destino parecia já estar escrito. Com a certeza de que queria mesmo seguir os passos do pai, surgiu o convite para assumir a categoria mirim do Botafogo. Pelo alvinegro foram mais seis anos, até chegar ao sub-17 e receber mais um convite de retorno. Xerém voltou a ser a casa de Léo Signorelli, que a partir de março de 2019, se tornou o novo treinador de goleiros do time juvenil do Fluminense.
METODOLOGIA RECONHECIDA
Léo Signorelli sempre foi um adepto do estudo. Mesmo já tendo a licença CBF de treinador de goleiros, ele deseja ter a de treinador. Fã do pai, que já passou por clubes como Fluminense, Flamengo, Botafogo, Corinthians, Bahia, Athlético e Grêmio, ele tem uma metodologia de treinos reconhecida internacionalmente.
“Sempre procuro estar conversando com pessoas que são referência no mercado, tanto do Brasil como de fora do país. Em uma conversa dessas, tive o prazer de receber um convite para palestrar em um congresso sobre treinamento de goleiros, no Chile, para falar um pouco da minha metodologia de treinamento e estive junto com treinadores de referência mundial. Sem dúvidas, foi um momento de muito aprendizado”, relembra.
Essa metodologia de trabalho pode ser acompanhada pelo YouTube, onde Léo Signorelli atende a pedidos e mostra um pouco da rotina de treinos em Xerém.
“O Fluminense sempre foi um celeiro formador de grandes atletas. Sem dúvidas, podem esperar goleiros de muita qualidade no elenco profissional, formados na base e que vão poder ter a oportunidade de dar alegrias aos nossos torcedores”, crava.