Efetivado, gerente geral da base avalia prejuízos da pandemia e destaca projetos do Flamengo
Para seguir cunhando a expressão de “craque se faz em casa”, o Flamengo quer dar continuidade ao trabalho dos últimos anos. Com vários garotos brilhando no último Brasileirão, durante o surto de COVID-19 no elenco principal, e alguns ficando no profissional, o clube aposta na integração e em projetos que vão além do que se vê em campo.
As mudanças nos cargos da diretoria não afetam o projeto, segundo Luiz Carlos. Efetivado como gerente geral após ocupar de forma interina o posto deixado por Eduardo Freeland em fevereiro, ele falou com exclusividade ao DaBase.com.br e destacou a continuidade do projeto.
“Primeiramente, estou muito feliz e motivado com a oportunidade que a direção do clube depositou no nosso trabalho. Na verdade, esse trabalho foi iniciado lá atrás pelo Carlos Noval, o Freeland seguiu e agora estamos dando continuidade. A grande responsabilidade é liderar uma equipe de profissionais e atletas, captar e desenvolvê-los, formando e capacitando cada vez mais e melhores atletas para equipe profissional”, disse.
O processo de formação no Ninho do Urubu tem deixado a torcida rubro-negra animada. A cobrança por mais espaço para os jovens é grande, principalmente após os resultados obtidos com alguns deles no Brasileirão de 2020. Apesar de ter sido apenas o 15º clube que mais deu minutos aos atletas da base – segundo levantamento feito pelo DaBase.com.br -, o Flamengo foi o segundo que mais relacionou os jovens, com 24 nomes listados.
Além do aproveitamento, o clube vem fazendo negócios importantes para os cofres, como as vendas de Lincoln e Yuri César e o empréstimo de Natan. Para Luiz Carlos, a integração entre as áreas é o diferencial. Ele também acredita que as oportunidades para as crias do Ninho surgirão com frequência.
“Na verdade, esse trabalho é feito em conjunto com a gerência de transição e a gerência de Scout. Procuramos preparar os atletas para essas oportunidades, e existe uma integração com o futebol profissional através de treinos e reuniões, montando assim uma linha de sucessão e entendendo os objetivos e necessidades do futebol profissional”, explicou.
“Entendemos que precisamos formar cada vez melhor nossos atletas para que estejam preparados para equipe profissional, sendo essa extremamente qualificada e vitoriosa. Naturalmente, haverá oportunidades para atletas da base e eles precisam estar o mais preparados possível para essa solicitação”.
Até chegar ao profissional, os jovens da base rubro-negra passam por diversas etapas, começando ainda na captação. Além de fazer contratações para a base – casos de Matheuzinho e Rodrigo Muniz -, o clube forma seus talentos desde o futsal, desenvolvendo promessas como Vinícius Júnior e Lucas Paquetá, vendidos por quantias milionárias.
Além disso, o Flamengo busca parceiras, não só para revelar promessas, mas também para dar oportunidades a jovens de comunidades carentes – como a Campos dos Sonhos, em conjunto com a Subprefeitura da Grande Tijuca, para captar atletas das comunidades da região. O gerente valorizou esse trabalho, feito com a Responsabilidade Social do clube.
“Trabalhamos em duas linhas: a da captação, na qual queremos estar cada vez mais próximos de locais que possam nos fornecer bons talentos; e a outra tem o objetivo de integração social e vivência de novas perspectivas para meninos que já sofrem uma vida de poucas oportunidades. Estamos realizando algumas ações com o departamento de responsabilidade social do clube”, contou.
Essa busca por atletas foi um dos setores mais prejudicados pela pandemia, que na visão do gerente, atacou principalmente as categorias menores. Apesar da falta de competições para os atletas mais novos no último ano e o adiamento de torneios nacionais nesta temporada, Luiz Carlos acredita em um calendário mais recheado em 2021;
“O momento é muito delicado, infelizmente a doença vem causando muitas perdas e sofrimento na população. De uma forma geral, todo o processo formativo está sendo prejudicado. Entendo que as categorias menores, abaixo do Sub 20, tiveram perdas grandes de calendário, alguns com quase um ano sem treinamento”, comentou.
“Acredito que teremos (calendário) sim, realizamos algumas reuniões com a Federação de Futebol do Rio de Janeiro e existe a possibilidade de termos calendário para as nossas categorias em competições estaduais”.
Por fim, o dirigente projeta a sequência do trabalho com gerações fortes e identificadas com o clube. Ele destaca a formação, desde o futsal, de jovens técnicos e dedicados, preparados para vestir a camisa do time principal.
“Temos muitas gerações com grandes talentos sendo preparadas desde o futsal até o sub-20 para que possa integrar a equipe profissional e dar muitas alegrias a nação rubro-negra. Podem esperar esses atletas, além de muita qualidade técnica, com muita disposição e atitude para vestir a camisa do Flamengo”, concluiu.