EXCLUSIVO! Erasmo Damiani valoriza captação e preparo de jovens do Atlético-MG para o profissional

Pouco mais de dois meses após assumir o cargo de gerente da base do Atlético-MG, Erasmo Damiani já soma desafios e movimentos no mercado. Entre a chegada de profissionais, a mudança de postura no mercado e um novo foco, o profissional vem desenvolvendo um projeto ambicioso com os jovens do clube.

Erasmo Damiani chegou à Cidade do Galo há mais de dois meses. Foto: Divulgação/ Atlético

A mudança na presidência do Atlético provocou também uma alteração no olhar para a base. Mesmo após o título brasileiro sub-20, o clube decidiu trocar o comandante das categorias de base, trazendo Erasmo Damiani para o cargo de Júnior Chávare.

Desde então, o foco deixou de ser a agressividade no mercado, principalmente com atletas mais próximos do profissional, tornando-se as categorias inferiores. O Galo contratou profissionais para o setor de captação, extinguiu o time de transição e reforçou a categoria sub-20 com os atletas do próprio clube.

À frente desse processo, Erasmo Damiani traz a experiência de trabalhos vitoriosos no Athletico-PR, Palmeiras, Internacional e Seleção Brasileira, que será fundamental para lidar com os desafios da pandemia e de preparar jovens para um time profissional altamente competitivo. Ele comentou sobre esses e outros assuntos em entrevista exclusiva ao DaBase.com.br, como você pode conferir na íntegra abaixo.

DaBase: O que mais chamou a sua atenção no Atlético-MG nesses primeiros meses de trabalho?

Damiani: O nível de profissionais em diversas áreas, isso facilita o trabalho.

DaBase: O que vocês identificaram ser importante mudar na base do clube?

Damiani: Sempre se identifica algo que tenha que mudar, mas isso decidimos internamente. Uma alteração já conhecida por todos foi o término da equipe de transição.

DaBase: O clube contratou alguns profissionais nas últimas semanas. Qual é a importância dessas chegadas para o desenvolvimento do projeto?

Damiani: Os profissionais contratados foram na área de captação. Entendo que a área de captação é o coração da base, pois ali iremos captar jogadores para o futuro do clube.

DaBase: O presidente do Atlético declarou, no início do ano, que queria investir na captação de atletas mais jovens, que podem ser desenvolvidos no clube. Como trabalhar essa ideia em meio à pandemia?

Essa é uma preocupação grande. Temos que saber quais clubes, escolas de futebol e aonde elas estejam em atividades. Com isso mapeado, é irmos em visita para ver o que podemos monitorarmos. Assim que as atividades voltarem ao normal, esses atletas virem ao clube” – Erasmo Damiani.

Galinho está nas fases finais da Copa do Brasil Sub-20. Foto: Divulgação/ Atlético

DaBase: Ainda sobre a pandemia, após um ano, como recuperar o prejuízo causado, principalmente às categorias menores?

Damiani: Essa será talvez o maior desafio de todos. Teremos que ter muita sensibilidade para o retorno desses atletas ao clube. Fazermos uma anamnese com cada a atleta e respeitarmos o tempo que eles ficaram sem atividades diárias. Entendo que será um trabalho do zero. Vai prevalecer muito, nesse caso, a qualidade dos profissionais que você tem em seu quadro.

DaBase: Há expectativa de calendário para essas categorias menores em 2021?

Damiani; Infelizmente não.

DaBase: O Atlético vem fazendo grandes investimentos em atletas para o time principal. Como trabalhar a cabeça dos meninos para encarar essa concorrência por uma oportunidade?

Esse é um trabalho diário, independe do número de atletas em que o clube investiu. Eles tem que estar prontos para serem chamados a qualquer momento. Futebol é muito dinâmico, em um treino contra o profissional ele pode chamar a atenção da CT do profissional e no outro dia já estar no grupo principal. Volto a dizer, nosso trabalho é deixarmos eles prontos para qualquer momento serem chamados” – Erasmo Damiani.

Atlético é o atual campeão brasileiro sub-20. Foto: Lucas Figueiredo/ CBF

DaBase: Quais os planos do clube para o atacante Guilherme Santos, que foi emprestado recentemente e não foi inscrito na Libertadores?

Damiani: O Guilherme Santos teve COVID-19 bem na chegada do Cuca, com isso ele não participou do grupo que fez parte do inicio do Estadual. Nesse momento ele não teria espaço, por isso o empréstimo. Ele vai disputar uma Série B e será monitorado pelo clube, ganhará mais experiência.

DaBase: Para fechar, o que você acredita ser essencial para os jovens do Atlético evoluírem e chegarem preparados ao time profissional?

Damiani: Como processo de formação, você tem que dar todas as condições para essa evolução. O essencial é você qualificar ainda mais o trabalho e as áreas interligadas estarem em sintonia nas coisas que acontecem no dia a dia. Assim, você minimiza um erro que possa fazer com que esse ou esses atletas não cheguem no profissional. Falo da área técnica, nutricional, psicologia, fisiologia.

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