Leandro Zago avalia processos de transição e modelos de jogo na base
Processo. Essa é a palavra-chave para Leandro Zago, entrevistado desta terça (19) no Instagram do DaBase. O técnico da equipe sub-23 do Atlético-MG detalhou seu estilo de trabalho e ressaltou a importância da transição na base.
Zago chegou ao Galo em 2018, quando comandou a equipe sub-17 na conquista da Taça BH e do Estadual. No ano passado, ele assumiu o time sub-20, conquistando também o Mineiro da categoria. Hoje, como comandante do time sub-23, ele destaca a importância do trabalho em conjunto entre as categorias para uma transição bem feita.
“Não consigo ver a performance do jogador só pelo trabalho do treinador. O atleta será desafiado em diversos aspectos, e isso depende do trabalho de várias pessoas, pois é um processo multidisciplinar. Sempre mantenho contato com as categorias menores, pois é importante trocar ideias sobre métodos de jogo, perfil de atletas. É papel do treinador manter o ambiente agradável. Quem não consegue, pode perde o comando do trabalho”, explicou.
No atual organismo de formação atleticano, Zago ocupa o último estágio antes do profissional. Como treinador da equipe sub-23, ele conta que já há um contato com a comissão técnica de Jorge Sampaoli, treinador da equipe principal, no intuito de utilizar os atletas como sparring. Ou seja, eles treinariam com os profissionais simulando o jogo do próximo adversário. Para ele, o procedimento de transição deve ser feito de forma cuidadosa.
“O importante é subir o jogador com convicção. Para mim, a avaliação tem que ser técnica, não pode ser financeira. O atleta tem que estar na categoria que proporciona desafios. Se ele sobra no sub-20, talvez esteja preparado para o profissional. Três, quatro, dez bons jogos não é o suficiente para a avaliação. É importante também consultar os profissionais que trabalham com ele no dia a dia. O atleta pode ter um desempenho momentâneo, que não vai se repetir”, analisou.
Leandro Zago também explicou seu estilo de trabalho e como implementa diferentes modelos de jogo. “Gosto de defesas sólidas e jogo vertical. Munhas equipes finalizam muito, sempre fazem artilheiros. Mas são sequências ofensivas curtas. Prefiro ser vertical e roubar a bola rapidamente a rodá-la muito, um estilo próximo ao do Jurgen Klopp, José Mourinho. Mas é importante entender cenários. Quando cheguei ao sub-20 ano passado, tive pouco tempo de treino e precisava recuperar a moral dos jogadores após algumas derrotas. Queria desenvolver conteúdos, mas eles não se manifestariam nos jogos em tão pouco tempo”, disse.
“Você sempre estará limitado aos seus atletas. Mudar o jogo não é alterar o que eu estou pensando, mas sim alterar o que os atletas pensam e fazem naquele momento. Tenho trabalhado no desenvolvimento individual dos jogadores nos últimos anos, oferecendo ferramentas com significados, criando exercícios, desafios que estimulem o atleta a desenvolver ferramentas para variar seu jogo. Não e possível que eu mude o jogo da beira do campo se os atletas não sabem executar a ideias”, completou.
Além do trabalho dentro de campo, o técnico é especialista em outros aspectos. Pós-Graduado em Gestão de Pessoas, ele é reconhecido pelos companheiros da área como um cara de ‘grande coração’.
“Todos os profissionais do processo devem ser respeitados. Temos que tirar o melhor de cada um. Se eu centralizo as ações, descarto potenciais, pessoas. Sempre busco envolvimento e comprometimento com o trabalho. Preciso que todos estejam juntos. Busco tratar todos com respeito e dar espaço às suas funções. Sou extremamente exigente, cobro muito os atletas e os colegas de trabalho. Não é fácil trabalhar comigo se a pessoa está só cumprindo hora. Mas se está comprometida, será ótimo para todos”, concluiu.