“A bola deixou de ser o produto predileto de divertimento do brasileiro”, diz Newton Mota

Ele já revelou ao futebol mundial nomes como Dida, Vampeta, Marcelo Ramos, Alex Alves, Dudu Cearense, Jorge Wagner, Obina, Guilherme (atacante ex-Cruzeiro e Galo), Felipe (ex-goleiro do Corinthians e Flamengo) e, mais recentemente, Anderson Talisca. Enquanto Newton Mota foi dirigente de clubes como Cruzeiro, Bahia e Vitória, torcedores e amantes do futebol de base viviam a expectativa por ver a próxima joia ser lançada no time principal.

Hoje, com uma academia de futebol própria, em Salvador, Mota engrossa o coro daqueles que acreditam que o futebol de base no Brasil precisa de reformulações sérias, a começar de quem está no comando.

“A qualidade de treinamento do jogador de base no Brasil fica a desejar pela visão retrógrada e desatualizada de quem dirige, que não entende qual a idade certa para começar, as prioridades que tem que ter”, disse em entrevista exclusiva ao Portal DaBase.

Para o dirigente, o sonho de ser um jogador de futebol está, cada vez mais, deixando de ser tão comum quanto em outros tempos.

“O país do futebol vê, a todo momento, o próprio futebol ser deixado de lado. Quem dá de presente hoje a um filho uma bola de futebol? Quem tem recurso, dá um videogame, tablet ou até um carro. O pobre não tem dinheiro para comprar uma bola. Então, a bola deixou de ser o produto predileto de divertimento do brasileiro”, cravou.

Mota afirma ainda que o governo, em suas três esferas, tem responsabilidade neste cenário atual.

“A procura por um lugar ao sol para o garoto realizar sua profissão é dificultada pelo poder público. Não tem campo, não tem espaço público. O futebol, no Brasil, passou a ser um esporte de difícil acesso. Nos Estados Unidos, qualquer garagem você vê uma cesta de basquete instalada. Você vê o estímulo do governo”, comparou.

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